Não guardo de você, nenhuma lembrança que mereça poema.
Não lembro de beijo estonteante, nem de contato viscoso,
melado.
Mas lembro de um trompete: Miles Davis.
A música, teu único presente, guardo: Barrosinho.
Nada mais, nem sorriso, nem doçura.
Nunca mais dividir prato de comida, nem conta, nem cômodo.
Mas lembro da música apresentada ao ouvido: Wayne Shorter.
Daquele som de Lee Morgan perfurando o coração distraído,
Emprenhando definitivamente o corpo meu.
Edna M. Médici
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